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Diagrama Epigenético de Erik Erikson

A teoria de Erikson é uma das tentativas para identificar processos de desenvolvimento no curso da vida.
Na primeira tentativa, o interesse era pela “unidade do ciclo da vida humana”, mas Erikson se propôs a examinar as dinâmicas específicas de cada uma de suas etapas, conforme prescrito pelos pressupostos do desenvolvimento individual e da organização social. Os processos descritos por Erikson são dinâmicos por natureza e consideram a(o) indivídua(o) na sua necessidade de continuidade e uniformidade, sendo submetida(o) às mudanças de seu organismo e às demandas específicas de seu ambiente social e histórico. Apesar disso, ele propôs um modelo de curso da vida organizado em oito etapas e representado em uma escada conforme exemplificado pela figura abaixo.


No diagrama epigenético de Erikson percebemos como a adolescência é essencial para o entendimento da elevação na complexidade de "tarefas" de desenvolvimento no ser humano. 

Os principais avanços de Erikson em relação a outros teóricos da Psicologia residem na compreensão de que o desenvolvimento humano é um processo contínuo que não se encerra na adolescência, mas perpassa a vida adulta até a velhice e que ele não é resultado apenas de fatores biológicos, mas da articulação desses com fatores sociais e individuais, destacando a importância da cultura para o desenvolvimento saudável dos sujeitos, oferecendo um arcabouço teórico extremamente rico para pensarmos um objeto tão complexo como a educação – influenciada por questões sociais, culturais, econômicas e políticas.

A Teoria Psicossocial surgiu no seio da corrente psicanalítica, compartilhando importantes conceitos e fundamentos psicanalíticos, sendo apresentada no livro de Bee (2003) em capítulo que trata da Teoria Psicanalítica. Essa proximidade com a teoria freudiana é inegável, sendo necessário retornarmos a ela para avançarmos na compreensão da teoria eriksoniana. A tradição psicanalítica compreende o comportamento como processos subjacentes à psique (termo grego que pode significar alma, espírito ou mente), tendo Sigmund Freud como principal referência. O pensamento chave dessa tradição é que “o comportamento é governado por processos tanto inconscientes como conscientes. Segundo Bee (2003, p. 46): “alguns desses processos inconscientes estão presentes no nascimento, outros se desenvolvem ao longo do tempo”. 


Um dos pontos fortes da teoria psicossocial de Erikson é que ela fornece um quadro amplo do desenvolvimento ao longo de toda a vida. Ela também nos permite enfatizar a natureza social do ser humano e a influência importante que as relações sociais têm sobre o desenvolvimento.

Uma outra, do nosso ponto de vista, correlata ou complementar, é “a Psicologia do life-span” formulada por Paul Baltes (**). 


A segunda tentativa a Psicologia do life-span explica o desenvolvimento a partir de um conjunto de princípios muito simples, como podemos observar pelo Modelo de Paul Baltes, na Figura acima: 

1) à medida que os seres humanos envelhecem, a importância do seu capital genético diminui progressivamente; 

2) a importância da cultura cresce em sua vida para compensar as perdas biológicas (por isso os mais velhos são mais cultos, p.e.); e 

3) eventualmente, a cultura não compensa nem minimiza essas perdas biológicas. O ser pode passar a prescindir da cultura ou ignorar os ditames por ela transmitidos. 

Esta ideia é representada por uma curva ascendente e em seguida descendente. 

Referências:

Baltes, Paul. “On the incomplete architecture of human ontogeny. Selection, optimization and compensation of developmental psychology” (1997).

Bee, Helen. A criança em desenvolvimento; tradução: Antônio Carlos Amador Pereira (e) Rosane de Souza Amador Pereira. São Paulo, Harper & Row do Brasil, 2003. 

Carver, C.S. & Scheir, M.F. (2000). Perspectives on Personality. Needham Heights, MA: Allyn & Bacon.

Erikson, E.H. (1968). Identity: Youth and Crisis. New York: Norton.

Erikson, E.H. (1963). Childhood and Society. (2nd ed.). New York: Norton.


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